quinta-feira, 5 de julho de 2012

Projeto Pedagógico: Música e aprendizagem: uma experiência harmônica na sala de aula




     

Projeto Pedagógico: Música e aprendizagem: uma experiência harmônica na sala de aula


Justificativa
           Entendemos que a Música desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral do aprendiz, deve-se proporcionar ao aluno, qualquer que seja sua aptidão musical, experiências ricas e significativas, com base nos PCNs, permitindo-lhe fazer, perceber e pensar sobre questões musicais e dando-lhe condições para desenvolver habilidades, formular hipóteses e assumir uma atitude crítica diante das produções musicais que lhe são apresentadas no dia a dia.
             O desenvolvimento intelectual da pessoa não ocorre por si mesmo, mas é fruto da atividade do homem a partir da relação com o meio. Através de atividades musicais, promove-se a socialização e a troca de aprendizagem. O aluno aprende mais em matéria de leitura quando ele é mais ativo em todos os seus estilos de atuação em diferentes linguagens, com variados objetivos. A prática educativa associada à linguagem musical apresenta maior significação para o desenvolvimento da cognição e a interação entre as pessoas.
           A música, especificamente, estimula o aprendizado e tem o poder de despertar a criatividade.  Ela auxilia o (a) aprendiz no desenvolvimento de suas potencialidades, ajudando-a, a usar o próprio corpo como meio de comunicação e expressão. A partir dela, podem-se alcançar diversos objetivos como: a melhoria da linguagem, da coordenação, da percepção auditiva, rítmica, das orientações temporal e espacial, do equilíbrio e, principalmente, da comunicação. O ritmo das canções induz as pessoas ao movimento, à maior atividade cerebral, além de despertar nelas o gosto de cantar, dançar e melhorar ou acelerar o seu desenvolvimento educacional. Nesse sentido, o projeto Música e aprendizagem: uma experiência harmônica na sala de aula vem destacar a importância de se trabalhar a música em sala de aula enquanto modalidade textual, objetivando, ainda, promover momentos de descontração através de vivências com a música e socialização de sugestões de atividades para se trabalhar a mesma, tendo em vista sua extrema importância e significância para o desenvolvimento normal e sadio dos nossos educandos.
         Entende que o lúdico é fundamental para estimular a aprendizagem e, por isso, relaciona, entre outras coisas, a música como suporte. O projeto Música e aprendizagem: uma experiência harmônica na sala de aula apresenta diversas atividades, algumas foram selecionadas para a socialização com outros professores.          A música deve ser explorada de todas as formas, por inteiro, desde a sonoridade até a letra. Isso facilita o processo de educar, pois desenvolve o seu senso crítico, e ela passa a ter uma visão inteira, completa, da realidade. A música traduz muita coisa, ela é carregada de emoção, e não de razão. O homem só chega aonde os sentimentos o levarem (Airton, p. 46, 2003).


Objetivos gerais
Sensibilizar e conscientizar o aluno para a importância da Música como área de conhecimento, linguagem e forma de expressão e comunicação humanas.
·        Estimular a formação global do aluno, dando-lhe a oportunidade e os meios para utilizar-se de seus sentidos, conhecimentos e interesses para pesquisar e aprofundar-se nos assuntos abordados.
·        Proporcionar o desenvolvimento do pensar e do fazer artísticos e da percepção estética do aluno, permitindo uma interação crítica com a realidade.
Alguns objetivos específicos:
  • Cantar apreciando a sonoridade e a melodia.
  • Auxiliar o desenvolvimento corporal e harmônico.
  • Estimular o raciocínio e a atenção em relação ao texto.
  • Reescrever textos utilizando a música como mediadora.
  • Vivenciar momentos de descontração, alegria e aprendizado mediante a execução de dinâmicas com músicas.
  • Analisar criticamente letras de músicas diversas.
  • Redescobrir o gosto por diferentes estilos musicais.
  • Ampliar o vocabulário.
  • Despertar a criatividade.
  • Integrar músicas, de forma interdisciplinar, aos conteúdos trabalhados.
  • Reconhecer a música como um texto possível de ser lido e interpretado.
Metodologia
           Em cada dia da semana, uma música será estudada. Em cada música, serão estudados os níveis lingüísticos, de modo que, em um primeiro momento, os alunos compreendam toda a parte lingüística oferecida pelo texto. Para o desenvolvimento dos valores, alguns métodos serão adotados, conforme as sugestões oriundas das pesquisas.
Logo no início de cada aula, será feita uma harmonização. A harmonização auxilia a capacidade de memorizar, tranqüiliza as emoções, aguça a intuição e traz o equilíbrio mental.
Também em cada aula, haverá uma citação. A citação é uma maneira de sintetizar o tema abordado naquela aula e trazer uma oportunidade de reflexão sobre alguns valores para os estudantes.
Depois de estudados os níveis lingüísticos da música, os alunos serão convidados a fazerem um questionamento sobre o seu conteúdo. O que se visa neste questionamento não é a qualidade musical apresentada, mas, sim, os valores implícitos no texto. Questionando sobre os valores da música, os alunos também estarão questionando os seus próprios valores e a sua própria prática diária.
Se o conteúdo da música for construtivo e inspirador, todos serão convidados, após a reflexão, a cantarem juntos. Pois o canto grupal também traz um valor, ele estará relacionado à manifestação do Amor. O canto grupal e a música, por si só, são os meios mais eficazes para abrir o coração, fazendo aparecer sentimentos de harmonia, cooperação, amizade, alegria, etc.
As atividades em grupo também farão parte de algumas aulas. As atividades grupais auxiliarão o trabalho com as músicas tanto no seu aspecto gramatical, quanto no de seus valores. Compor as letras das músicas novamente, montar cartazes sobre o que foi estudado e fazer pesquisas são algumas das propostas deste tipo de atividade. Além disso, trabalhar em grupo é uma prática que ajuda a despertar a consciência da Unidade entre alunos de todas as idades. Saber compartilhar, dividir, cuidar, cooperar, e compreender o outro é uma tarefa um tanto difícil quando não estamos imbuídos, suficientemente, de amor e do espírito de irmandade.  Assim, a atividade grupal permite que o ser humano coloque em prática as virtudes que o elevam.
Recursos
  • Fichas pautadas tamanho pequeno (quantidade de alunos da turma)
  • 01 aparelho de som
  • 01 televisão
  • 01 aparelho de DVD
  • Multimídias (CD e DVD)
  • Copias das músicas e dos textos que serão trabalhados
  • Caderno
  • Hidrocores e canetas
·         lousa;
·          giz;
·         giz-de-cera, lápis de cor e outros materiais para desenhos e pinturas;
·          cadernos (alunos)...
Culminância:
Sarau na escola com pais e comunidade local
Como Avaliar?
Através da participação dos alunos durante o desenvolvimento de cada atividade.
Referências
  • CANDÉ, Roland de (2001). História Universal da música. 2 volumes. São Paulo: Martins Fontes.










COMPARTILHANDO ALGUMAS ATIVIDADES
                                                              Primeira atividade
O que eu gosto de ouvir...
  • Distribuir uma ficha pautada para cada participante.
  • Solicitar que cada um escreva o próprio nome no centro da ficha, o estilo de música de que mais gosta no lado direito superior, um cantor ou cantora de sua preferência no mesmo lado inferior, uma música de que gosta no lado esquerdo superior e um grupo ou dupla de que gosta no lado esquerdo inferior.
  • Socialização das respostas de cada um.
  • Sugestão: Recolher as fichas, que servirão para o professor trabalhar durante toda a semana  sem o perigo de levar músicas de que os alunos não gostam. A ficha será um documento de referência musical da turma.
                                                     







Segunda atividade:
Xô preconceito: Clássica (Tchaikovski – Valsa das flores)
Axé/forró/funk
  • Distribuir uma ficha com algumas questões para que os alunos possam fazer a leitura das músicas.
  • Ler a ficha com eles explicando que, enquanto a música estiver tocando, eles irão responder as questões da ficha (o tempo que terão é o mesmo da música).
  • A primeira música será instrumental, de preferência, clássica.
  • Deixar que ouçam e respondam.
  • Socialização das respostas.
  • Dizer a eles que irão fazer novamente o mesmo exercício, agora com outra música (axé ou forró).
  • Tocar a música enquanto respondem.
  • Socializar as respostas.

Ficha – Atividade: Xô, preconceito
1 - Ao escutar essa música, você:
a) (    )Desliga imediatamente
b) (    ) Ouve atentamente
c) (    ) Compra o CD
d) (    ) Deixa tocando como música de fundo
2 - Imagine alguém que gostaria dessa música e escreva seu nome.
______________________________________________________
3 - Imagine alguém que odiaria essa música e escreva seu nome.
______________________________________________________
4 - O que você sente ao ouvir essa música?
______________________________________________________
5 - O que você vê ou imagina se fechar os olhos e ouvir essa música?
______________________________________________________
6 - Se essa música fosse fundo musical de um comercial, que produto seria vendido?
______________________________________________________
7 - Em que tipo de lugar tocaria essa música?
______________________________________________________
8 - Você gosta desse tipo de música?Por quê?
______________________________________________________
Terceira atividade com vídeo/DVD
Curtindo o clipe
  • Apresentação de um clipe musical (escolha de acordo com a turma).
  • Em seguida, distribuir uma ficha para que possam avaliar o clipe (se quiser, pode repetir).
  • Socialização das respostas.
  • Distribuição da letra da música.
  • Tocar a música em CD mais uma vez, para que todos, juntos, possam cantá-la.
Ficha – Atividade: Curtindo o clipe
Marque a resposta que esteja de acordo com a sua opinião:
a) A música é:
(    ) Divertida      (    ) Suave      (    ) Chata      (    ) Melancólica
b) A letra da música é:
(    ) Repetitiva    (    ) Muito longa    (    ) Bonita    (    ) Romântica
c) O clipe é:
(    ) Alegre (    ) Bem instrumentalizado (    ) Triste (    ) Agradável
d) Quando ouve a música, você:
(    ) Quer dançar (    ) Quer chorar (    ) Quer namorar (    ) Sente saudades
e) O/A cantor/a da música parece estar:
(    ) Apaixonado/a     
(    ) Nervoso/a    
(    ) Agitado/a    
(    ) Triste   
(    ) Feliz      
(    ) Com raiva
Quarta atividade: Quebra-cabeça musical (em duplas)
Primeiro momento: Dinâmica para a divisão em duplas
  • Distribuir frases de músicas que se completam para diferentes pessoas.
    Ex.: 1. Era uma casa muito engraçada... 2. Não tinha teto, não tinha nada.
    Cantando, os componentes irão encontrar sua metade e formar duplas.
Segundo momento: Quebra-cabeça
  • Distribuir, para a dupla, um envelope com os versos de uma música recortados.
  • Solicitar que montem a música na ordem correta antes de ouvi-la.
  • Em seguida, tocar a música para que possam conferir.
  • Para finalizar, tocar a música novamente para que todos possam cantá-la.
Quinta atividade: Enviando um presente
  • Distribuir a letra de uma música que seja popular.
  • Tocar a música e solicitar que todos cantem acompanhando a letra.
  • Fazer os seguintes questionamentos e pedir que respondam no caderno:
    • Você compraria o CD com essa música?
    • Daria de presente a quem? (Sugestão: um colega da sala.) Por quê?
    • Escreva um bilhete a essa pessoa enviando-lhe o CD com essa música e dizendo por que escolheu lhe dar esse presente.
Sexta atividade: Discutindo a música
  • Distribuir a letra de uma música (de preferência, bem polêmica).
  • Tocar o CD para que todos possam cantar.
  • Fazer a interpretação da música destacando pontos polêmicos e que possibilitem ao aluno dar suas opiniões bem pessoais, estimulando, assim, um posterior debate acerca da letra da música.
Sétima atividade: Trilha sonora
  • Distribuir uma ficha com algumas questões para que os alunos possam fazer a leitura da música.
  • Ler a ficha com eles explicando que, enquanto a música estiver tocando, eles irão responder às questões da ficha (o tempo que terão é o mesmo da música).
  • Socialização das respostas.
  • Distribuir a letra da música.
  • Tocar a música para que todos cantem juntos.
Ficha – Atividade: Trilha sonora
1 - Dê dois adjetivos para essa música.
___________________________________________________
2 - Se a música fosse de um filme, qual seria?
___________________________________________________
3 - Sobre o que seria o filme?
___________________________________________________
4 - Onde a história se passaria?
___________________________________________________
5 - Quais seriam os personagens?
___________________________________________________
6 - Como terminaria o filme?
___________________________________________________
Oitava atividade: O que está faltando?
  • Distribuir cópias com a letra incompleta de uma música conhecida, para que os alunos a completem com as palavras que estão faltando.
  • Tocar a música para que possam conferir se preencheram a ficha corretamente.
  • Colocar no quadro as palavras que foram utilizadas para completar a música, para que os alunos possam corrigir a escrita.
  • Solicitar aos alunos que façam parágrafos utilizando as palavras encontradas.
  • Socialização do parágrafo de cada um espontaneamente.
Nona atividade: Parceria com o compositor
  • Distribuir a letra de uma música.
  • Tocar o CD com a música e pedir que acompanhem cantando todos juntos.
  • Observar o nome do compositor da música (que estará escrito na letra).
  • Solicitar que respondam às questões:
    • Qual é o nome do compositor da música?
    • Você conhece esse compositor ou alguma outra música que ele tenha escrito?
    • Em que momento você acha que ele escreveu a música?
    • Você gostou da música?
  • Solicitar que cada aluno escreva uma carta ao compositor:
    • Dizendo se gostou ou não da música e por quê.
    • Sugerindo mudanças na música.
Fonte: Espaço Pedagógico construir notícia a importância da música na educação, música e educação, modelos de atividades com música, envolvendo trabalhos e tarefas musicais;
Níveis lingüísticos:

·        fonológico: o que se fala e como se fala;
·         morfológico: quais são os vocábulos usados e suas classes gramaticais;
·         fraseológico: como as orações se estruturam;
·         semântico: como o sentido foi construído;
·         textual: análise do texto como um todo.

História da música

Fonte:  Wikipédia, a enciclopédia livre.
História da Música é  o estudo das origens e evolução da Música ao longo do tempo. Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história, é trabalho dos historiadores, porém também é freqüentemente realizado pelos musicólogos.
Em 1957 Marius Schneider escreveu: “Até poucas décadas atrás o termo ‘história da música’ significava meramente a história da música erudita européia. Foi apenas gradualmente que o escopo da música foi estendido para incluir a fundação indispensável da música não européia e finalmente da música pré-histórica."
Há, portanto, tantas histórias da música quanto há culturas e espaços no mundo e todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Podemos assim falar da história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la na história da música erudita do ocidente, história da música popular do ocidente, história da música do Brasil, história do samba, e assim sucessivamente.

O objetivo do estudo da história da música

Se considerarmos o termo em sua maior abrangência, a história da música envolve ao menos:
  • As origens culturais da música em cada grupo humano estudado.
  • As influências culturais e sociais que a música exerce e sofre ao longo de seu desenvolvimento.
  • A origem e evolução de seus sistemas musicais característicos (que envolvem suas estruturas rítmicas, melódicas e harmônicas).
  • O desenvolvimento das formas musicais e dos gêneros e estilos.
  • A história dos instrumentos musicais e técnicas associadas à sua execução.
  • A influência mútua entre a música e os demais movimentos culturais.
  • A origem e evolução dos sistemas teóricos utilizados para estudá-la, incluindo sistemas de notação e análise musical.
  • As principais personalidades envolvidas na sua evolução. Os compositores e músicos que marcaram cada período ou gênero específico ou que impulsionaram o desenvolvimento de novas formas, estilos e gêneros.
  • A cronologia de todos estes temas.
Os métodos usados no estudo da história da música podem incluir a análise de manuscritos e iconografia, o estudo de textos críticos ou literários, a associação entre música e linguagem e a relação entre a música e a sociedade. A análise de artefatos arqueológicos e a documentação etnográfica também são instrumentos úteis a este campo do conhecimento.

A música na pré história

Somente através do estudo de sítios arqueológicos podemos ter uma idéia do desenvolvimento da música nos primeiros grupos humanos. A arte rupestre encontrada em cavernas dá uma vaga idéia desse desenvolvimento ao apresentar figuras que parecem cantar, dançar ou tocar instrumentos. Fragmentos do que parecem ser instrumentos musicais oferecem novas pistas para completar esse cenário. No entanto, toda a cronologia do desenvolvimento musical não pode ser definida com precisão. É impossível, por exemplo, precisar se a música vocal surgiu antes ou depois das batidas com bastões ou percussões corporais. Mas podemos especular, a partir dos desenvolvimentos cognitivos ou da habilidade de manipular materiais, sobre algumas das possíveis evoluções na música.
Na sua "História Universal da música", Roland de Candé nos propõe a seguinte seqüência aproximada de eventos:
  1. Antropóides do terciário - Batidas com bastões, percussão corporal e objetos entrechocados.
  2. hominídeos do paleolítico inferior - Gritos e imitação de sons da natureza.
  3. Paleolítico Médio - Desenvolvimento do controle da altura, intensidade e timbre da voz à medida que as demais funções cognitivas se desenvolviam, culminando com o surgimento do Homo sapiens por volta de 70.000 a 50.000 anos atrás.
  4. Cerca de 40.000 anos atrás - Criação dos primeiros instrumentos musicais para imitar os sons da natureza. Desenvolvimento da linguagem falada e do canto.
  5. Entre 40.000 anos a aproximadamente 9.000 a.C - Criação de instrumentos mais controláveis, feitos de pedra, madeira e ossos: xilofones, litofones, tambores de tronco e flautas. Um dos primeiros testemunhos da arte musical foi encontrado na gruta de Trois Frères, em Ariège, França. Ela mostra um tocador de flauta ou arco musical. A pintura foi datada como tendo sido produzida em cerca de 10.000 a.C.
  6. Neolítico (a partir de cerca de 9.000 a.C) - Criação de membranofones e cordofones, após o desenvolvimento de ferramentas. Primeiros instrumentos afináveis.
  7. Cerca de 5.000 a.C - Desenvolvimento da metalurgia. Criação de instrumentos de cobre e bronze permitem a execução mais sofisticada. O estabelecimento de aldeias e o desenvolvimento de técnicas agrícolas mais produtivas e de uma economia baseada na divisão do trabalho permitem que uma parcela da população possa se desligar da atividade de produzir alimentos. Isso leva ao surgimento das primeiras civilizações musicais com sistemas próprios (escalas e harmonia).

 A idade antiga

As primeiras civilizações musicais se estabeleceram principalmente nas regiões férteis ao longo das margens de rios na Ásia central, como as aldeias no vale do Jordão, na Mesopotâmia, Índia (vale do Indo atualmente no paquistão), Egito (Nilo) e China (Huang He). A iconografia dessas regiões é rica em representações de instrumentos musicais e de práticas relacionadas à música. Os primeiros textos destes grupos apresentam a música como atividade ligada à magia, à saúde, à metafísica e até à política destas civilizações, tendo papel freqüente em rituais religiosos, festas e guerras. As cosmogonias de várias destas civilizações possuem eventos musicais relacionados à criação do mundo e suas mitologias freqüentemente apresentam divindades ligadas à música.

 Tempos posteriores

Da idade antiga em diante, os estilos musicais expandem-se tanto, que torna-se impossível definir a música universal apenas observando-se uma localidade (como a Europa), sendo necessária, portanto, uma subdivisão no estudo da história da música por continentes e nações:
 Século XX
No século XX houve ganho de popularidade do rádio pelo mundo, e novas mídias e tecnologias foram desenvolvidas para gravar, capturar, reproduzir e distribuir música. Com a gravação e distribuição, tornou-se possível aos artistas da música ganhar rapidamente fama nacional e até internacional. As apresentações tornaram-se cada vez mais visuais com a transmissão e gravação de vídeos musicais e concertos. Música de todo gênero tornou-se cada vez mais portátil.
A música do século XX trouxe nova liberdade e maior experimentação com novos gêneros musicais e formas que desafiaram os dogmas de períodos anteriores. A invenção e disseminação dos instrumentos musicais eletrônicos e do sintetizador em meados do século revolucionaram a música popular e aceleraram o desenvolvimento de novas formas de música. Os sons de diferentes continentes começaram a se fundir de alguma forma.
 Referências
  • NETTL, Bruno (1956). Music in Primitive Culture. Harvard University Press.
  • WELLESZ, Egon, ed. (1957). New Oxford History of Music, Vol. 1: Ancient and Oriental Music.

Sons e instrumentos


 
A música é um dos principais elementos da nossa cultura. Há indícios de que desde a pré-história já se produzia música, provavelmente como conseqüência da observação dos sons da natureza. É de cerca do ano de 60.000 a.C. o vestígio de uma flauta de osso e de 3.000 a.C. a presença de liras e harpas na Mesopotâmia.

No panteão grego, por exemplo, Apolo é a divindade que rege as artes. Por isso vemos várias representações suas, nas quais ele porta uma lira. Vale lembrar que na
Grécia Antiga apenas a música e a poesia eram consideradas manifestações artísticas da maneira como as compreendemos atualmente.



Música é uma palavra de origem grega - vem de musiké téchne, a arte das musas - e se constitui, basicamente, de uma sucessão de sons, entremeados por curtos períodos de silêncio, organizada ao longo de um determinado tempo.

Assim, é uma combinação de elementos sonoros que são percebidos pela audição. Isso inclui variações nas características do som, tais como duração, altura, intensidade e timbre, que podem ocorrer em diferentes ritmos, melodias ou harmonias.

Características dos sons

Em música, a duração de um som está relacionada ao tempo, mas não como ele é medido, por exemplo, em um relógio. A relação entre o tempo de duração das notas musicais e o tempo das pausas cria o ritmo.

Altura é a forma como o ouvido humano percebe a freqüência dos sons. As baixas freqüências são percebidas como sons graves e as mais altas como sons agudos, ou tons graves e tons agudos. Tom é a altura de um som na escala geral dos sons.

Intensidade é a percepção da amplitude da onda sonora. Também é chamada, freqüentemente, de volume ou pressão sonora.

O timbre nos permite distinguir se sons de mesma freqüência foram produzidos por instrumentos diferentes. Por exemplo, quando ouvimos uma nota tocada por um saxofone e, depois, a mesma nota, com a mesma altura, produzida por um trompete, podemos imediatamente identificar os dois sons como tendo a mesma freqüência, mas com características sonoras muito distintas.

Tipos de instrumentos musicais

  Instrumentos de sopro: podem ser feitos de madeira, como, por exemplo, a flauta, o clarinete, o saxofone, o fagote e o oboé, embora algumas vezes possuam metal e plástico em sua composição.

Os instrumentos de sopro de madeira se distinguem dos instrumentos de sopro feitos de metal pela forma como o som é produzido: pela vibração do ar em um tubo oco. O ar vibra soprando-se no bocal - no caso da flauta -, ou através de uma palheta simples - no clarinete e no saxofone -, ou de uma palheta dupla - no caso do oboé e do fagote.

Os instrumentos de sopro feitos de metal são produzidos com latão e o som nasce da vibração dos lábios do músico no bocal, o que faz com que o ar vibre dentro do tubo. Nesse grupo encontramos o trompete, o trombone, a corneta, a trompa e a tuba.
  Instrumentos de corda: o som é produzido pela vibração de uma ou mais cordas esticadas, através de fricção (violino, violoncelo, contrabaixo) ou de dedilhado (harpa, lira, violão, guitarra).
  Instrumentos de teclas: o som é produzido por meio de um teclado que faz vibrações no ar (órgão de tubo) ou em cordas (piano). Uma curiosidade: a parte interna de um piano possui um mecanismo com mais de 6.000 peças - cada tecla aciona um martelo revestido de feltro que bate numa corda de aço, produzindo um som.
  Instrumentos de percussão: os sons são produzidos percutindo, sacudindo, raspando ou batendo um elemento contra o outro. São exemplos de instrumentos de percussão: xilofone, vibrafone, gongo (ou tantã), triângulo, címbalo, castanholas, claves, maracas e tambores.
Os tambores consistem em uma pele ou um plástico esticados sobre uma ou duas molduras. Podem ser divididos em três grandes grupos, de acordo com sua forma: fuste estreito (pandeiro), semi-esféricos (timbales) e cilíndricos (conga). Podem ser tocados utilizando-se as mãos, baquetas, escovinhas ou varetas de ferro.
 Instrumentos eletrônicos: geram sinais eletrônicos que são amplificados e convertidos em sons. Por exemplo: teclado, sintetizador, bateria eletrônica, sampler etc.

  Cada povo tem a sua música

Valéria Peixoto de Alencar*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Povos do mundo todo produziam música muito antes das primeiras orquestras, surgidas durante o barroco europeu, no século 16, e mesmo muito antes do século 11, quando Guido d'Arezzo criou a notação musical da forma como a estudamos até hoje. Feitas para cerimônias religiosas ou festivas, essas primeiras músicas, de diferentes culturas, nos influenciam até os dias atuais.

Vários mitos africanos, asiáticos e americanos narram como os deuses inventaram os instrumentos musicais, durante a criação do mundo. Ainda hoje, para alguns povos, os instrumentos têm poderes sobrenaturais e permitem que os homens se comuniquem com seus ancestrais ou com os próprios deuses.

Quando pensamos em músicas antigas, logo vem à mente a música clássica, as orquestras e seus instrumentos requintados. Dificilmente paramos para pensar na produção musical de povos indígenas, africanos, orientais... Isso talvez ocorra porque temos uma formação artística e musical proveniente do
neoclassicismo, que, durante longo tempo, ignorou outro tipo música que não fosse a erudita.

África

É preciso salientar, primeiramente, que, ao falarmos de um grande continente, com povos muito diversos, corremos o risco de fazer generalizações. Ou seja, seria o mesmo que dizer que a música brasileira é apenas o samba. E isso vale para todos os lugares e culturas de que falaremos aqui.

No caso da África, nos referimos aos povos da região subsaariana e aos elementos da musicalidade que vieram até nós, trazidos pelos escravos. Um dos elementos principais da música africana é o
instrumento de percussão.

Na África central, podemos encontrar um elemento comum entre as diversas tradições musicais: tambores, de todos os tipos e tamanhos. Desde cedo as crianças aprendem a tocar e cantar, pois a música é parte do cotidiano, utilizada para celebrar casamentos e nascimentos, para curar doenças e para acompanhar o trabalho.

A cultura brasileira sofreu enorme influência da africana. No que se refere à música, além dos tambores utilizados em rituais religiosos, os escravos trouxeram ritmos como a umbigada e o maxixe, que deram origem ao samba.

Oriente Médio

Berço das religiões cristã, judaica e islâmica, o Oriente Médio é a região em que se desenvolveram as primeiras grandes civilizações de que temos notícia: Suméria, Assíria, Babilônia e Egito. É lá que encontramos os antecedentes de instrumentos modernos, como o violino, o oboé e o trompete.

Índia

Dó, ré, mi, fá, sol, lá e si: estas são as sete notas musicais que conhecemos. E a partir delas construímos as escalas e fazemos música em qualquer momento, certo? Sim, mas não na Índia.




A música clássica indiana mais conhecida provém da Região Norte desse país. Ela se baseia numa complicada série de escalas chamadas ragas, cada uma destinada a uma situação, a uma hora do dia ou estação do ano em particular. Existem mais de 200 ragas diferentes. Para tocar esse tipo de música, com seu complexo padrão de notas e ritmos, o músico tem que se dedicar a muitos anos de estudo.

Extremo Oriente

Região formada por países de tradições musicais milenares, grande parte de sua música era escrita para danças da corte ou para o teatro. Também há músicas de cunho religioso, com instrumentos de percussão de todos os tipos - tambores, gongos e sinos -, usados para aplacar os deuses e afastar os demônios.

Oceania e ilhas do Pacífico

As milhares de ilhas espalhadas pelo Oceano Pacífico possuem uma tradição musical intimamente ligada ao mar, servindo, inclusive, para pedir aos deuses auxílio na navegação.

No passado, os povos que viviam nessa região viajavam de ilha para ilha, levando consigo seus instrumentos - tambores, flautas e apitos. Dessa forma, povoaram as diversas ilhas, como Papua-Nova Guiné e Havaí.

Américas

Assim como em todas as regiões descritas até agora, temos que nos lembrar da vastidão do continente americano e da imensa quantidade de povos indígenas que o habitava antes da colonização européia.

Ainda assim, podemos encontrar elementos musicais comuns em muitas culturas. A música, por exemplo, na maioria das vezes era cantada e expressava a crença desses povos nos deuses relacionados à natureza.

No Brasil, alguns mitos narram que a música teria sido um presente dos deuses, entristecidos com o silêncio no mundo dos humanos. Em outras lendas, a criação do mundo se mistura à criação da música. Assim, a música serve para ter contato com os deuses e os ancestrais. Num ritual, um discurso pode acabar em canto - ou vice-versa. Além da voz (canto), temos instrumentos como: chocalhos, guizos, bastões, tambores (percussão), apitos e flautas (sopro) - e zunidores.








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